Dia Internacional da Mãe Terra - História, Nuanças, Saga e Mitos 3



           

                          A DERIVA CONTINENTAL

           
LAURÁSIA, AMÉRICA DO NORTE, EUROPA E ÁSIA

A posição atual          
das massas continentais em relação ao"GloboTerrestre" é o trinômio "Tectônicas de Placas" + Espalhamento do Fundo Oceânico + Deriva Continental.

Nos primeiros 500 milhões de anos de sua origem ( 4560 a 4000 milhões de anos ) a superfície da Terra era muito rígida. A individualização  da crosta que constituem os Continentes, ocorreu  aproximadamente há 4000 milhões de anos ). Desde então as massas continentais vem mudando de posição e forma, sofrendo processo de orogenias, rifteamentos e granilização. A maioria dos autores acredita que a "Tectônica de Placas", venha atuando desde o início "PROTEROZOICO" ( 2500 milhões de anos ). Algumas evidências sugerem que esse processo deve ter ocorrido já no "ARQUEANO" ( a partir de 3800 milhões de anos ) só que de maneira diferente da atual, já que o fluxo térmico global era muito mais alto. Geometricamente essas massas continentais à deriva, tendem a se aglutinar de tempos em tempos ( seriam ciclos de 50 a 600 milhões de anos ), formando supercontinentes, que, com a continuidade dos processos tectônicos, se quebram em vários pedaços, recomeçando o ciclo. Segundo Park ( 1997), Durante o "ARQUEANO", havia  em torno de 20 áreas cratônicas já estabelecendo, como por exemplo o "ESCUDO BÁLTICO" ( atual Europa ),  partes da América do Norte e da China e, no Brasil, o Cráton Amazônico e o Cráton do São Francisco, estes apresentam idades que vão até 3400 milhões de anos. Rogers ( 1996 ), sugere que o primeiro grande continente tenha sido formado a aproximadamente 3000 milhões de anos. esse se chamava "UR" ( o nome vem do alemão UR, original, é a denominação da antiga cidade de UR, uma das mais antigas do mundo ), e era constituído de cinco Crátons e seus extenso depósitos de sedimentos, todos muito próximos, "KAAPIVAAL, na África, DHAWAR, BHAUDARA e SINGHBHUM,  na ÍNDIA, e PILBAR na Australia e mais tês pequenas áreas estáveis na Antártica. No final do "ARQUEANO" ( 2500 milhões de anos ) várias áreas Cratônicas já tinham se estabilizado, e alguns autores sugerem que a maior parte dessas área Cratônicas, estaria aglutinada em um Supercontinente chamado "KENORANO" ( MASON - 1995, outros ) sendo que os dados ainda não são totalmente exclusivos. Segundo Brito Neves  ( 1995 ), a dinâmica interna da Terra, desfavorece o estabelecimento de "Continentes gigantes", e os mesmos tem vida muito curta ( em torno de 100 milhões de anos ), uma vez que enquanto algumas áreas ainda estão sendo coladas, outras já estão começando a se romper. Assim sendo, o "Supercontinente KENORANO" rapidamente se fragmentou em diversos blocos continentais menores. O "PALEOROTENOZÓICO"  ( 2500 a 1600 milhões de anos ), é marcado pela construção de Plataformas Continentais em torno dos Núcleos Arqueanos estáveis, associadas a magmatismo. De 2300 a 1800 milhões de anos ( Período Riciano e Orosiriano ), evidências geológicas, Geofísicas e Geoeronológicas, sugerem problemas aglutinados de massas continentais, granilização e colagens erogênicas (Blay , 1996 e outros ). Esses processos de Colagem de terrenos, deixaram registros em diversos locais do mundo e recebem várias denominações: Eburneano, Barramundi Aravalli, Penoqueano Hudsoniano, Rinkiano, Svecoleniano, etc. No Brasil essa sucessão de colagens é chamado de Evento Transamazônico. Como resultado dessas colagens temos a formação dos Continentes: ÁRTICA ( partes da América do Norte + Groenlândia + Sibéria ) e Atlântico ( Partes da América do Sul e África ). Os Continentes, Atlântico, Ártico e Ur a disposição, corresponde à disposição posição que esses continentes ocuparam, o supercontinente "Pangeia". Após período em que os Continentes só cresciam, período "ESTATERIANO" ( 1800 a 1600 milhões anos ), teve início uma fase de extensão ( Trafogênese ), que viria ressaltar na quebra desses grandes Continentes em vários blocos menores. Ao longo do Mesoproterozóico ( 1600 A 1000 milhões anos ), uma nova sucessão de colisão entre placas e Orogêneses, denominada Colagem Gremville, foi responsável pela fusão de praticamente todas as áreas continentais ( Atlântica, Ur, Baltico e Antártica ), em gigantesco Continente chamado RODÍNIA   a partir da palavra Russa: (RODINA = Terra Mãe, e Hoffman, 1991 ), Com área de 120 vezes 10 elevado a sexta potência em quilômetro quadrado. Rogers, 1996 - entre 900 e 700 milhões anos, supercontinente RODÍNIA, aparentemente iniciou fase de quebrar, e se fragmentou ao longo de dois grandes riftes, gerando três blocos principais: Gondwana Leste, Laurentia e Gondwana Oeste. O bloco Laurentia é constituído de parte da América do Norte, Europa, Groenlândia e Sibéria. O Gondwana  Leste, parte África e Antártica ( Cráton Calahari - Grunehoquo ), Madagascar, permaneceu praticamente coeso até o Mesozóico. Já o bloco Gondwana Oeste, foi precocemente dividido em diversas áreas Cratônicas; Amazônia, África Leste, Rio de la Plata e vários blocos menores: Pampia, Central de Goiás, Juiz de Fora, Luis Alves entre outras ( Cerug, 1996 ).  Nos espaços entre esses blocos se   desenvolveram  riftes, aulocógênos e braços, e ou pequenos oceanos (Bleeg, 1999)  
Nesse contexto, uma feição que merece destaque no nosso continente, é o desenvolvimento do oceano Adamastor, ( Hartdany 1985 ), entre o sudeste da América do sul e sudoeste África, representado pelos sedimentos da faixa Dom Feliciano e parte da faixa Ribeira. já a separação entre Laurentia e Gondwana leste, a 720 milhões de anos ( Lowel, 1995 ), deu origem ao Oceano Pacífico atual. Durante o Neoproterozóico ( 1000 a 545 milhões de anos ), blocos constituintes de Gondwana Leste e Oeste se movimentaram ao redor do globo e vieram estabelecer o continente Gondwana ( Terra dos Gonds, antigo povo da Índia ) durante um estágio de colagens chamado Evento Pan-Africano/Brasiliano. Esse se iniciou a 750 - 730 milhões de anos e teve suas últimas manifestações a 490 - 480 milhões anos, durante período Ordoviciano. com representantes dessas colagens no Brasil, temos as faixas móveis Brasília (Colisão entre o Cráton Amazonas e o Cráton do São Francisco - Hebron et al, 1998) dentre outros. No início Era Paleozóica, nos deparamos com mais processo de reorganização massas continentais, com um padrão complexo do movimento que inclui a rotação de continentes. Teve início então uma nova fase extensional, fragmento Laurentia, Baltica, Sibéria e Gondwana e gerando o oceâno "LAPETUS"  ( entre Laur Gondwana ). No interior dos continentes, os processos extensionais também atuaram, gerando  subsidência de várias regiões e permitindo o desenvolvimento de extensas bacias de posicionais que no nosso continente podem ser exemplificadas, bacias Parnaíba, Amazônicas e Paraná. Com o decorrer da Era Pleozóica, a acresção de pequenos blocos Litosféricos e colisões como a Orogenia Apalachiana ( Colisão entre Laurentia e Gondwana ) e a Orogenia Uraliana ( Colisão do bloco Sibéria e Laurentia ), resultou em um grande Continente chamado "PANGEA". ( Do grego PAN = a toda + GEA = Terra ). Esse CONTINENTE tinha uma disposição alongada se estendendo do Polo Norte ao Polo Sul . O restante da superfície da Terra era coberto por um  grande Oceano chamado " ( do grego "Panthalassa" ( PAN = a todos + THALASSA = Oceano, com excessão de um pequeno mar leste de "PANGEA" chamado TETHIS ( representado hoje p/ Mar Mediterrânio ). O mesmo processo Fusão/Fissão, que Possibilitou a união do PANGER, trata agora de rompê-lo e separa-lo em blocos novamente. A separação desses blocos, durou cerca de 100 milhões de anos, se estendendo pelos períodos JURÁSSICO e CRETÁCIO.. A primeira grande ",  "quebra", separou PANGEA em dois blocos: LAURÁSIA (América do Norte+ Europa + Ásia ) e Gondwana ( América do Sul, África, Antártica, Austrália e Índia ). Esses dois grandes continentes foram se subdividindo em blocos menores e no final do Jurássico, tínhamos quatro grandes blocos: Laurásia, Índia, América do Sul + África e Austrália + Antártica. Conforme blocos continentais recém - partidos reiniciavam o processo da "DERIVA CONTINENTAL", recomeçavam colisões. No fim do Cretácio tem início as "Orogenias Alpinas, na Europa (Colisão África e Europa),  Laramide na América do Norte ( Colisão entre placas, Pacífico e América do Norte, e Mirano na América do Sul ( Colisão Placa NAZEA e América do Sul ). Com relação estudo mega processo de formação e quebra de continentes no bloco que hoje constitui a América do Sul, e é necessária,  uma menção especial aos artigos de Benjamin Blay de Brito Neves e colaboradores. Há pelo menos dez anos, trabalhando sistematicamente no assunto em pauta. Sua pesquisa gerou vários artigos.                                                
    


               

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