Tragédia de Inês de Castro

 INÊS DE CASTRO
Encontrada no terceiro canto do poema épico, "os Lusíadas", em cujo classicismo, a Epopéia aborda em 10 cantos repartidos em oitavas, tema: os feitos dos portugueses em "guerras e navegações".  Faustosos e ensolarados dias primaverís europeus, em especial na "Península Ibérica" em que turbilhões floridos e silvestres, colorem a paisagem, perfumam os campos, aromatizando os montes, as planícies e cercanias em matizes e jaezes diversos, formando exuberantes quadros naturais e em aquarela, uma verdadeira expressão divinal - inspirando pintores paisagistas, pensadores, estudiosos formadores de teorias, poétas e cantores e despertam mesmo os adormecidos em tristezas, para o amor e a felicidade. - Abram as janelas, sintam o aroma das flores, o cheiro do alecrim, vejam os roseirais e os girassóis,  o sol que brilha, sintam a brisa, despertem, despertem crianças para a vida em sua plenitude, corram, corram, gastem as suas energias, que, serão repostas incontinenti pelo canto dos pássaros e das aves, pelo barulho do ruflar de azas. Vejam a relva, as ravinas, as ervas daninhas; percorram o sitio, sintam a diferença, a alegria dos animais do nosso criatório: avestruzes, perus, galinhas da India e galinhas comuns e o pavão em sua multicolorida plumagem e em sua liderança e alegria.  Vejam o Mondego e o D`oiro, os mares azuis verdejantes e suas ondas; observem a Concha invertida para a terra da abóbada celeste e a cor de fogo do nascer do sol no Oriente. Vejam ainda, as "Cantigas de rodas" das crianças que madrugaram para festejar a estação do ano em sua primavera delirante. Assim conclama a "AIA" de certa família portuguêsa nos idos do século XIV em alerta para o amor a santa natureza que adentra aos lares pelas frestas das janelas da então capital portuguesa,  banhada pelo rio
morte de Inês de Castro - Túmulo -
Mondego, a Coimbra d`outras epócas, palco da tragédia, do romance, do adultério, da separação e das intrigas; uma história real do século XIV que encanta o mundo há séculos e em cujas lendas inseridas à narrativa, contribuíram para curiosas  interpretações. Inês de Castro, nasceu na,Galícia região de Castela. Filha ilegítima do castelhano Pedro Fernandez de Castro,  Mordomo -Mor da Galiza e  Aldonza Soares de Valadares ( Camões - Canto III de "Os Lusíadas", amante e declarada postumamente esposa legítma de Pedro I de  Portugal) - descendente de Sancho I de Aragão e trineta por via masculina de Fernão Guterrez de Castro (Castela - Galicia, Espanha ao norte de Portugal).  Consta que nasceu entre 1320 e 1325. Deixemos Inês temporariamente e enfatizemos o seu grande amor, amante e esposo, o infante Pedro: 1320 - nascimento do infante Pedro. Vivia no vale do rio Mondego, em Coimbra, então capital do reino. Do castelo real, avista-se o mosteiro de Santa Clara situado do outro lado do rio, onde estava enterrada sua avó, Isabel de Aragão, venerada como santa, místico entendimento fervoroso da idade média. O ambiente medieval, foi marcado por guerras pela disputas entre os reinos da península Ibérica. Entre os nobres eram comuns os arranjos políticos, entrementes os casamentos forçados  e de antemão prometidos pelo jogo sujo do poder político da época que a gente busca esquecer esses vilipêndios, essa escuridão que marcou o sofrimento e morte de pessoas boníssimas, que, tinha sua vontade e direitos castrados por meia dúzia de capadoceis: arquitetos e engenheiros da maldade. Assim foi o infante Pedro, não lhe coube decidir o próprio futuro político e amoroso, nessas conjunturas de  manobras e alianças desnaturadas. Desde jovem estava prometido a Constança Manuel, filha de um descendentes de monarcas do reino de Aragão, Castela e leão. Pedro se submeteu ao casamento sem amor. Constança lhe deu um herdeiro e mais dois filhos. Quanto ao amor, buscou em outra mulher, logo a dama de companhia de sua esposa em cujo nome era Inês de Castro, jovem de rara beleza,   loura e elegante. Assim nascia um grande amor. Inês por sua  beleza, recebeu a alcunha de "Colo de Garça". Nada foi discreto o que incomodou a corte por tamanha complexidade. Entrementes a sua chegada a Portugal em 1340, como "AIA" do séquito de d. Constança Manuel e por ser filha de João Manuel, poderoso nobre da casa real Castelhana e todos estarem cientes de suas origens nobelescas, ambas não se abalaram. "Particularmente este mero tecladista, articula uma hipótese; creio que d. Constança teve um sobresalto ao ver raiar um sol em pleno inverno ou um "Colo de Garça" nos átrios e corredores de seu Palacio e em seus derredores". A paixão do príncipe por Inês foi correspondida, nada discreto; caso incomodou a corte. Decisão de d. Constança: convidou Inês para ser madrinha da criança que estava esperando; já que esse tipo de parentesco espiritual tornava impossível a união que se esboçava mais intensa a cada dia. Com a proporção do romance adúltero e nada discreto, o rei Afonso IV, ordenou o afastamento de Inês. Deixou o país e se exilou em Albuquerque. Mesmo separados se correspondiam com juras de amor. Em 1345 Constança morreu de parto. O príncipe estava livre das amarras do casamento de conveniência aos 24 anos de idade. Trouxe Inês de volta para Coimbra, instalando-se em um palácio perto do mosteiro de Santa Clara, Em 1347, Inês deu a luz ao primeiro dos quatro filhos do infante. O povo comentava e condenava o adultério e considerava a peste negra sinal da cólera divina que chegava a região. Indiferente a tudo Pedro e Inês, continuavam o idílio amoroso, Consta que a visitava a alguns passos de seu palácio, na "fonte dos amores". O local ficava ao abrigo do sol e possuía uma parede coberta de héia, aberta em dois arcos, propício para o romance e troca de confidências. A famosa fonte continua hoje a jorrar na quinta das lágrimas onde funciona um hotel. Historiadores e turistas, podem começar o local do mítico romance. Havia uma aproximação de Pedro dos irmãos de Inês, Álvaro e Fernando de Castro. Queriam o apoio de Portugal, na luta que tratavam com o reino de Castela. Ofereceram ao infante o trono do reino vizinho. Situação essa que irritou Afonso IV. Trazia o risco de aborrecer Castela e ameaçava a independência de Portugal. Temia também que os Castro agissem contra os herdeiros do trono seu neto, d. Fernando, filho de Pedro e Constança para levar ao poder um dos bastardos. Pedro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco, convenceram ao rei de que só a morte de Inês, poderia afastar os riscos políticos. Em 7 de janeiro de 1355, os três asseclas do rei partiram para Coimbra e encontraram Inês sozinha, Pedro havia saído para caçar. Eles a degolaram impiedosamente e seu corpo foi enterrado às pressas na Igreja de Santa Clara. Pedro lidera uma revolta contra o rei. A guerra entre pai e filho terminou com um acordo em março do mesmo ano. Em 1357, Afonso IV morre e Pedro assume o poder em Portugal. Em 1360, Pedro deeclara ter se casado secretamente com
TÚMULO DA RAINHA INÊS DE CASTRO
Inês de Castro, legitimando assim, seus quatro filhos e transporta o corpo da "rainha morta" para o mosteiro real de Alcobaça. 1367, morte de Pedro I. Sua tumba é colocada de frente para a de Inês. Uma impressionante descendência: Os nascidos de Inês de Castro e Pedro I, se espalharam pelas casas reais européias o que levou a constatação que na virada para o século XVI, "a maior parte da
Europa coroada, descendia de Inês". Uma das filhas do romance, a princesa Beatriz (1347 - 1374), Leonor Urraca ( 1374 - 1435), filha do casal e neta de Inês, virou esposa de d. Fernando (1380 -1416), o poderoso de Aragão , Sicilia, Nápolis, Valença e Macorea. A partir daí, a descendência de Inês de Castro se torna mais impressionante. Por volta de 1500 passa a incluir o Imperador da Germânia - Maximiliano I (1459 - 1519) e d. Manuel (1469 - 1521), que reinou em portugal durante as descobertas marítimas. O Trovador Garcia de Resende, viu nisso uma vitória póstuma de Inês. Pelo sucesso de sua relação com Pedro, ela teria vencido o trágico destino, porque o amor daria galardão (recompensa). Concluía o poéta como conselho para os jovens do século XVI: Não deixe ninguém de amar. Em tempo: Pedro constrói 2 explêndidos túmulos no mosteiro de Alcobaça - um para sí e outro para os restos mortais de sua amada. A cerimônia de beija mãos inserida final século XVI - Camões descreve em seu Canto III. A tragédia da linda Inês. Consta a história que Pedro I, vinga a morte de Inês, arrancando os corações dos assassinos, um pelas costas, outro pela frente; sangrando-lhe o coração na ponta do aço fumejante de sua espada vingadora.
Inês de Castro

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