Meu Passo de Camaragibe Querido e os Meus Oito anos - 2

                                                           As Bem - Aventuranças


Venha a nós a brisa que sopra suavemente, abranda a alma, arrefece o peito e sublima os sentimentos; Bendita a "aura" que ofusca e afugenta os males degradantes, ordena o coração e eleva o espírito; Louvado seja o Eterno, simbolizado pela "Rosa de Sharon: - o Lírio dos Vales," este, aquecido em manhãs ensolaradas, embeleza, colore, aromatiza, divinizando a paisagem; Estas "Bem - Aventuranças",  estão intrínsecas ao bem comum e à contemplações místicas e a felicidade suprema do "Ser"; Presentes estavam estes auspiciosos eventos primaveris àquele dia do ano 1951 de "Nosso Senhor Jesus Cristo", quando da nossa mudança para o "Passo de Camaragibe"; Assim pois, afirmamos efusivamente de Deus : É o "Astro do amor brilhando no infinito e visível pelos olhos da alma".

                                 Ao Passo de Camaragibe Com Carinho ( ERA UMA VEZ )


Aquele fim de primavera, meados do século XX, configurou-se para nós, a "Primavera Eterna" das nossas vidas, sim, "eternizamos àquela estação do ano" e como "rapsodos", a cantamos em nossos corações com o lirismo impregnado e abundante, advindo dos recônditos, das profundezas da nossa alma imortal; Lembrando hoje, algumas similaridades no discorrer desta, aos contos,  às narrativas Vergilianas, as Bucólicas ou Éclogas e as Geórgicas do grande mestre da literatura latina portanto, a alegria, as vicissitudes, o permear de uma bem-aventurança, o descobrir uma nova terra, uma nova sociedade, novos costumes e tradições, e o vislumbrar novos horizontes. a circunvizinhança do Passo de Camaragibe, ainda terra Quitundense; o cheiro do mato, o odor ativo da cana de açúcar moída em usina, o vaqueiro que tange o gado nas estradas e nos campos, o cavalo, ainda transporte valioso, o leiteiro entregando as garrafinhas de porta em porta; adiante, a estradinha em curvas sinuosas e em ascendentes precipícios. As cores da natureza, o cheiro da Terra, o aroma das flores silvestres, o tom verdejante das matas e fazendas marginais, enfim, o Engenho Velho , o Alto do Cruzeiro e o adentramento à velha e tradicional "Canduca Camaragibana", "Os Quatro Cantos", afinal o prédio e estabelecimento de ensino - "Grupo Escolar Ambrósio Lira" em frente à nossa nova residência, onde desembarcamos apoteoticamente no "Passo de Camaragibe" ao deslumbre, sorrisos e acenos das pessoas que davam-nos "boas vindas" e a recíproca era verdadeira ao demonstrarmos gratidão pelo gestual, pela  alegria e contentamento, pelo acolhimento ímpar, singular e pela beatitude daquela gente pura e simples e cheia de amor.


                                                            A Fábrica de Saudade


O Veio aurifulgente, tocante e elementar, a tecla constante e reincidente, pró-saudade, abordagem principal do memorial, "Meu Passo de Camaragibe Querido e os Meus Oito Anos" - de 30 de novembro de 2017 ( Site - Hipore. Blogspot.Com. Br - História, Política e Literatura - Jazevedomaceió ) : suaves e doces lembranças d`alma ou espírito humano, formando assim a síntese histórica do que se quer retratar em performance romanesca; Isto posto, afirma-se pois à luz da razão, tratar-se a referida, de combustível eficaz ou tônica propulsora para a engenhosa construção do "amor genuíno e universal", haja vista a adesão popular, "só o amor constrói", tornando-se o elemento básico de contrapartidas, - crível por todos os públicos; religiões, organizações mundiais, sistemas de governo etc...; A expressão em cujo termo ora sublimado, "o amor", em alta na afirmação categórica e no brio, é inteligível, posto que, desagrega à pugnacidades, desalinha e desarticula quaisquer ações desnaturadas e edifica a paz num afã de glória pela suspensão de hostilidades multipartidaristas.

                                                              O Cavalo de Tróia

O Cavalinho de brinquedo: cor branca, sela marrom-acinzentado, um verdadeiro "Puro Sangue" da melhor espécie, assim retratava e também uma verdadeira obra de arte. Vai longe o tempo, a aurora feliz da minha primeira infância; Aquele,  ora obsoleto e descartado, teria alcançado "vida útil" - três anos de uso, aniversário natalício dos meus cinco anos de idade, presente do nosso grande amigo Jorge Barros, o responsável pelos "Serviços Radiofônicos e pela Dramaturgia Pilarense". Tratou-se do mais lindo e nobre presente que recebi nos anos dourados da minha infância ( base forte de madeira, rodas de ferro abaixo em seus 60 centímetros de altura. Ao supracitado, apelidaram-no - "O Cavalo de Troia", porquanto, ficara só e abandonado na "Velha Casa do Mutange"; assim em idênticas circunstâncias ao "Cavalo de Pau Espartano" do grande e ciumento "Menelau", o maior dos Espartanos que perdera sua belíssima Helena para "Paris", o grande sedutor ( epopeia Ilíada de Homero, o homem que não vê ) e assim, terminava uma guerra de dez anos.

                                                                 
                                                                 Os Vendilhões

Ainda da nossa Fábrica Espiritual de Saudade, suscitavam-me "Os Vendilhões" : o notável senhor que, com sua "buzina de borracha e metal", acordava-nos pela alvorada e em seu "tom cavalheiresco", a vender-nos os "pães quentinhos", acrescentando um "pois não, em seu largo sorriso de satisfação e gratidão". Neste rol belíssimo de saudade, o "Seu Mocinho", era com este termo que delicadamente nos abordava e assim, ficou conhecido pelo público de sua freguesia, alcunha que o deixava feliz, então, o pequenino "Seu Mocinho", vendia-nos o seu produto ( gostosos bolinhos arrumados  em invólucro de vidro ) e não deixava escapar o "sorriso e contentamento". Ainda o moço do "Cuscuz de Arroz e Milho, o Quebra- Queixos, o Picolé Doce e Gelado e o Doce Americano", todos, de grata recordação e complementar da nossa felicidade em tê-los à nossa porta, a servir-nos como ambulantes e fraternos amigos do dia-a-dia. Ironia: oito anos depois, aquele senhor, "Vendilhão de Pães", a bater em nossa porta no bairro "Gruta de Lourdes", eu me assustei pela súbita aparição e presença do "bom  homem" com a mesma buzina, o mesmo balaio, o mesmo sorriso, a vender os seus "pães quentinhos"; Já adolescente ( 16 anos ), fui reconhecido pela marca de um sinal do lado esquerdo do rosto. Fizemos-lhe então, ciente da  tragédia que vitimara  nosso pai um ano antes; imaginem o emocional do nosso amigo, porquanto, era meu pai,  seu cliente e bom amigo que o atendia nas madrugadas ao comprar o seu produto.

                                                      Retrospectivo ( A Partida )


Éramos cinco, maioria determinante e restritiva, eufórica e feliz. Eu porém, desconectava-me do sublime ora em alta, permanecendo assim, introvertido e reticente na solidão dos pensamentos, era pois, um fabricante de saudade em alta escala; alguns  itens de primeira linha: a vizinha e professora particular d. Lenir, o barulho do Bonde, o apito do Trem, a casa vizinha ao "Estadio do C.S.A.", assistíamos os jogos por uma janelinha, a feira de Bebedouro, o Cavalinho de Brinquedo Abandonado, os Vendilhões, o Campo de Pouso de Pequenos Aviões ( Teco-Teco ), as Rinhas, local onde se realizavam brigas de Galos e faziam apostas pelo vencedor ( proibição - Presidente da República Jânio Quadros ).

                                                    A Mudança e o Condutor


O Condutor ou Motorista do caminhão ficou de "olhos arregalados" ao entrever tantas gaiolas ou viveiros e toda espécie de pássaro ali presente, além do Galo de pescoço pelado, o Carijó, o cachorro Black e outros, parecíamos "Ciganos"; Sinceramente, a carroceria era mais gaiolas do que móveis, Assemelhando-se à um "Zoológico ambulante"! O então Sargento Aureo, brioso, leal e valente soldado da "Polícia  Militar de Alagoas", tem suas origens no roteiro das fazendas pertencentes ao município de Coruripe, advém de uma família de Agricultores ( Fazendas, Engenhos e Usina Camaçari, hoje Usina Coruripe, esta,  fundada por dr. José Dourado de Castro Azevedo e Sergio Dourado de Castro Azevedo, atualmente, em propriedade de outra família ). A Cana dos Canaviais da 'Fazenda Laranjinha" de propriedade de Aureo de Azevedo, era moída ou tratada na "Usina Camaçari" do primo Castro Azevedo, este, homem de bem e líder da clã dos Azevedos em "aconselhamento e bem estar", migrou para o Rio de Janeiro para assumir um grande cargo no então "Instituto do Açúcar e do Álcool"; Dr. José Dourado de Castro Azevedo, O Líder Espiritual, O Conselheiro, O Amigo Leal, vendeu suas propriedades em 1946 e desgostoso por alguns acontecimentos, não mais voltou ao convívio social onde plantou felicidade por décadas. 

Pela vastidão deste trabalho, aguardem: Meu Passo de Camaragibe Querido e os Meus oito Anos - 3 onde ampliarei este trabalho com a solução de continuidade, amor e carinho.

                                 
                                           

                     

                             

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