MEMORIAL COLÉGIO GUIDO DE FONTGALLAND

Era o "Velho Casarão" a ARCÁDIA ALAGOANA" ,situado à rua Ângelo Neto, 56 bairro do Farol, cidade de Maceió, Al. Lugar sombrio para as meditações e ensolarado para o iluminismo e clarividência da nossa aprendizagem. Era ainda o ELDORADO futurista dos nossos ideais e esperanças como gladiadores das ciências e das artes. O cognome "Velho Casarão", era usado como figura de linguagem: metonímia, sinédoque, metáfora; íamos a hipérboles, exagero peculiar de adolescente: "o Guido é o melhor" - oxalá o Diocesano (Marista) chegasse à nossa sombra; perdoa-nos Pe Champanhat (fundador do Diocesano, o Marista) - rua do Macena, hoje Cincinato Pinto. Galhardamente e triunfal com orgulho ímpar, imponência grega dos heróis atenienses quando subiam a Acrópole e os coroavam de louros, usávamos a farda em cáqui, camisa manga longa, calça em cáqui e listra azul estreita nas laterais, com gravata em azul marinho, divisa no ombro para o ginásio e estrela para o curso científico ou colegial. Um dia por semana- em coluna ou forma, cantávamos os hinos de Alagoas, do Colégio e o nacional para o hasteamento da bandeira, cumprindo o dever cívico. Educação Física- memorável Sargento Madalena e Canto Ofeon com D. Tercila. Idiomas: Francês, inglês e latim. O latim ,lingua ainda usada na Igreja Católica. Ministrando nossas aulas, o ilustre e competente professor Aluízio Galvão- aprendíamos sintaxes: nominativo,ablativo, genitivo e outros, além das quatro declinações. Corpo Docente: plêiade de professores inesquecíveis-ginásio fundado em 1948. Fundação em 1939 pelo Pe Teófanes Augusto de Araújo Barros, Oriundos do pequeno município de São José da Lage(era a numerosa família Augusto de Araújo barros), todos formados e pedagogos; migraram para a capital do estado em grande estilo. O Cônego Teófanes Augusto de Araújo Barros, da Universidade Católica de Pernambuco, em sua viagem a frança adotou o nome Guido de Fontgalland do menino francês, em cuja canonização, ainda não aconteceu. Performance de transformação e declínio do Colégio: em 1973, a lei municipal 2.044, criou a Universidade Autônoma Municipal de Maceió e sociedade Guido de Fontgalland (CESMAC)acoplada a FEJAL (FUNDAÇÃO JAIME DE ALTAVILA). O Colégio perdurou por algum tempo, chegando ao seu final há alguns anos, deixando sua história nos anais dos seus aureos e gloriosos dias que aflorou figuras impolutas, e a triste e saudosa lembrança- Elio de lemos frança (1938), este foi vitimado pela tragédia da Cachoeira de Paulo Afonso em 1954, falecendo na cidade do mesmo nome. Ele assumiu por merecimento, em l951 o cargo de Secretário da Diretoria, e em 1953 a direção da Revista "Mocidade" ainda escreveu um livro,mas não recordo o título. Houve memórias póstuma, o grêmio Elio de Lemos França e o colégio de mesmo nome no bairro da Ponta Grossa. Seus parentes em primeiro grau (irmãos): Artêmia de lemos França (nome de solteira), residente em São Paulo capital e Dr. Eloi de Lemos França, este odontólogo com clínica dentária em Porto Alegre, onde reside com sua família há muitos anos. - Onde anda o Zé Miguel,vulgo cabeça de lua cheia e também habitante da lua? La vem a lua saindo por detrás de um tonel, não é lua, não é nada, é a cabeça do Zé Miguel; este era Sensor de alunos e nos colocava na banca, a tarde teríamos que voltar, e o próprio "carrasco" nos ensinava matemática pra valer: que valorosa pessoa o Zé Miguel; formou-se em engenharia- grande ser humano. O seu Casimiro que morava na Cônego Machado(um santo homem) e o Ferreirinha, parece-me que é bacharel em direito; o Edson nada sei, e o Edson mata, filho do Cel Mata, não soube mais notícias, e o Peba da cantina, todos ótimos seres humanos. Ainda tinha o Nasson com sua vasta cabeleira negra- um gentleman, nos tratava com esmero e amor cristão, ainda no corpo docente, Elias Passos Tenório, Teobaldo de Barros, Carlos na matemática, Rosalvo lobo no inglês, Teonia, Teodila, Teomirtes, D. Tercila e o memorável Aluízio Galvão, com olhos azuis e cabelo de espiga de milho (loiro); jamais os esquecerei. Olha, seria um crime esquecer o professor Theodi de Barros, que faleceu atropelado por um carro, quando esperava um taxi no retorno de um casamento: "hei você aí", esta era sua frase preferida quando fazíamos barulho em suas aulas de português- descanse em paz meu professor e amigo.  Ainda no corpo docente o professor Tarcísio de jesus, ministrando a matéria- francês, este em seguida foi eleito Deputado Estadual (falecido), pai da Deputada Rita Correia. Em tempo: o professor Camerino, ícone da cultura alagoana, fazia parte do corpo docente do citado estabelecimento de ensino, lembrando ainda ;o Hermes chefe da Secretaria do colégio, este era a nobreza em pessoa.

Comentários

  1. Tenho o livro de Elio de Lemos França, de nome "Períodos" com assinatura de Eloi

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  2. Maravilhoso, senhor! fomos vizinhos no início da construção da Gruta de Lourdes; Elói(ODONTÓLOGO)e grande cidadão brasileiro,vive em Porto Alegre. Nunca vi o livro "Períodos". um abraço forte e amor cristão.jazevedo

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  3. Fiz o exame de admissão, curso ginasial e curso cientifico no Colégio Guido do Padre Teofanes Augusto de Araújo Barros. Meus professores: D. Teonia (primário, D. Maria das Dores (primário), Teobaldo (historia e geografia), Radi Lindoso Cavalcante (matemática e desenho)), D. Tercila (canto orfeônico), Paul Senouillet (francês), Rosauro Lobo (inglês), ??? (português), ???? (latim). Detalhe da família do Pe. Teofanes: excetuando o irmão mais velho (Talvanes) o nome dos demais começava por Teo : Teolinda, Teobaldo, Teonia, Teodir, Teonor, Teomirtes. No 4º no primário eu e meu irmão Dito estávamos no regime de semi-internato (almoço no colégio) A comida vinha de casa (minha mãe era hipermãe) não admitia que comêssemos a comida dos outros meninos. A comida era levada de bonde pela Teté (nossa mãe de criação). Comíamos escondidos numa sala, até que um dia a garotada descobriu e acabou-se nosso sossego. Na hora do almoço tinha uma porção de caras nos espionando para ver o que eles chamavam de: chêpa dos generais. Bons tempos, quando as crianças podiam ser crianças, com peteca, carrinho de madeira para puxar com um barbante, ximbra (bola de gude para os mais jovens. Não havia celular e internet.Tínhamos 3 fardas: calça de paletó caqui para o diário, branca para os desfies escolares (gala) e esportiva camiseta branca com o dístico do colégio

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