Tribulações Dante Aligghieri

Aspectos Biográficos

Dante Alighieri nasceu em Florença em maio de 1265, de dona Bella e Aldigihiero Alighieri; berço privilegiado, família nobre abastada, dedicou-se desde cedo aos estudos, discípulo do célebre Bruneto Latini; mestre de esplendorosa categoria na época em referência. Estudou com grande esmero e dedicação letras e ciências e também, desenho e música. Ainda um pouco mais tarde aplicou-se à teologia. Ainda jovem, Dante participou da vida política da sua cidade. Em 1289, os exilados florentinos, juntando-se aos outros gibelinos de Toscana, tentaram invadir a República, sendo contidos pelo exército na batalha de Compaldino a 11 de junho do mesmo ano, conseguindo derrota-los. Dante participou destas operações militares, combatendo na cavalaria. Participou também em seguida do assédio ao castelo de Caprona. Para conseguir cargos na República, era de real necessidade, pertencer à uma corporação. Dante se inscreve na dos médicos e farmacêuticos, que era a "sexta" entre as assim chamadas "Artes Maiores". Sua atuação na vida pública foi brilhante; assim disse Boccáccio,  em Florença, toda e qualquer deliberação tinha que ser do seu conhecimento para fazer jus a sua opinião. Várias vezes fez parte do Conselho de estado, e,  em 1300, obteve o cargo de "priore", tratando-se da suprema magistratura de Florença. Chegou a declarar em uma de suas cartas, as suas desgraças se originaram da sua eleição ao priorado. Era Florença dividida em dois partidos, os Brancos e os Pretos; estes determinaram frequentes conflitos, entrementes resultando que os priores, entre os quais Dante, resolvessem exilar alguns entre os "cabeças"; eram os mesmos, pertencentes às mais ilustres famílias de Florença. Encontrando uma ocasião propícia  para obter mando na cidade, os Pretos o fizeram se oportunizando da passagem por Florença de Carlos de Valois, irmão do rei de França, em viagem para Roma,conseguiram convence-lo a persuadir ao Papa Bonifácio VIII, de que os "Brancos" eram inimigos da Casa de França e da Cúria Romana e oprimidos os notáveis enviaram embaixadores ao Papa, entre eles Dante para dissuadi-lo do intuito de entregar a cidade à parte mais facciosa. Bonifácio, porém já comprara a briga, manteve os embaixadores florentinos em expectativa enquanto Carlos de Valois empossava os "Pretos" no mando de Florença, resultando daí um período de violências e de saqueios. Refletindo e maldizendo a perfídia da Cúria Romana, Dante tenta voltar a Toscana. Chegando porém,  nas proximidades de Florença, soube que os seus inimigos, acusando-o de ser "gibelino",  e de ter se aproveitado do dinheiro público, o tinham condenado ao exílio, e a pagar uma pesada multa e que as suas possessões haviam sido depredadas. Começou,  então para Dante, a vida dura do exilado e do perseguido que se tornara. Mudando frequentemente de cidade, serviu a vários senhores,  viveu Dante os últimos anos de sua vida. Morreu com a idade de 56 anos em Ravena a 14 de setembro de 1321
A Vida Poética de Dante
A obra poética de Dante  se fundamenta, em seu maior conteúdo, ao grande amor de cunho essencialmente espiritual dedicado à Beatriz de Folco Portinári. Aos nove anos conheceu Beatriz, seguidamente, algumas vezes a encontrou, pois a referida, casara-se, morrendo na juventude (1290).
Casando-se Dante em 1291 com Gema Donati e com ela tendo vários filhos, o amor por Beatriz sempre inspirou  sua alma poética. A maioria das canções, dos sonetos e das baladas que constitui o
"Canzonieri", são  dedicados a sua amada; a Vida Nova é uma história dos seus amores com Beatriz; a Divina Comédia, o esplendoroso poema, que por certo, a humanidade nunca verá superado, prende-se também ao sublime amor por sua Musa, bem como ao desejo de vingar-se de seus inimigos constituídos e de expor suas idéias políticas. Além dessas obras, escreveu o "Convite"; compêndio da filosofia do seu tempo, exposta eloquentemente sob a forma de comento a três das suas canções; o De monarquia, tratado político, o De Vulgari eloquentia, tratado filológico, deixado incompleto.
O poema sagrado de Dante, originalmente "Comédia" e,  mais tarde,  denominado Divina Comédia por Giovanni Boccáccio, trata-se de  de viés, épico e teológico da literatura italiana e da mundial, escrito por Dante Alighieri no século XIV e dividido em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso.
Escrito originalmente  em dialeto Toscano, dialeto popular, semelhante ao italiano atual, e não em em latim como fazia-se  comum à época, trata-se de um poema articulado por trilogias, entre elas as formadas por Razão - Humano - Fé, Onça - Leão -Loba, Pai - Filho - Espírito Santo; e com final feliz segundo sugerido pelo próprio nome. À época em que Dante escreveu o poema os textos eram separados entre Comédia, obras dotadas de finais felizes e tragédias, com finais contrastantes com aos das  Comédias.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Meu Passo de Camaragibe Querido e os Meus Oito anos - 2

LUCRÉCIA BÓRGIA - SÉCULO XV

Tragédia de Inês de Castro